ASPECTOS FÍSICOS DO BRASIL

16/09/2011 19:45

 

RELEVO BRASILEIRO

O Brasil é um país que possui uma estrutura geológica bastante antiga, o que determina seu relevo de baixa altitude, influenciado principalmente por agentes externos (exógenos), como o homem, os ventos e a água, visto que, o Brasil não apresenta atividades geológicas internas (endógenas) em caráter expressivo (como terremotos de grande magnitude e vulcanismo).

O relevo Brasileiro é em geral modesto, destacando-se o Pico da Neblina (3.014 m) na fronteira do Amazonas com a Venezuela. A inexistência de dobramentos modernos e a ação erosiva pelas quais já passaram os escudos cristalinos, ocasionou o baixo nível do relevo. O predomínio de baixas altitudes não significa que o relevo brasileiro seja basicamente de planícies, ao contrário, a maioria do território é constituída de planaltos e uma grande parcela de depressões. As áreas de concentração das planícies verdadeiras não chegam a um quinto do território nacional.

TIPOS GERAIS DE CLIMA NO BRASIL

Segundo Lysia Bernardes, os climas devem ser divididos em:

Clima Equatorial: Esse clima possui localização predominante na região Amazônica, possui temperaturas acima da média nacional (superior a 21º) e pequena amplitude térmica (variação de temperatura). Essa região possui uma grande concentração de rios e esse fato faz com que a umidade seja elevada, determinando também o não registro de temperatura excessivamente elevada. Um fato típico desse clima é o alto grau de precipitações (acima de 2000 mm anuais), nessa região não existe estação seca, sendo constatadas chuvas praticamente todos os dias.

Clima Tropical: Localiza-se na parte central do país, e possui como aspectos fundamentais duas estações bem definidas, uma chuvosa, que ocorre no verão, e outra seca, que ocorre no inverno. Esse fato determina que exista uma amplitude térmica superior à da região de clima Equatorial. Na estação seca, por ocasião da baixa umidade relativa do ar, existe a forte ocorrência de queimadas, tanto naturais quanto causadas pelo homem, e, em diversas cidades brasileiras da região central, são verificadoa, dentre outros fatores, distúrbios respiratórios, problemas de circulação de trânsito e problemas nas safras agrícolas.

Clima Tropical de Altitude: Clima localizado no litoral brasileiro, possui elevado índice pluviométrico (acima de 2.000 mm anuais). Esse clima apresenta temperaturas bem amenas. As temperaturas dessa região são inferiores à média nacional, em virtude da posição e influência do relevo.

Clima Subtropical: Esse clima se apresenta na região Sul do país, além da parte Sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Essa região, em função do clima, apresenta as quatro estações bem definidas. Outro ponto de destaque é a elevada amplitude térmica anual, que supera em alguns anos os 15º C. Nas áreas serranas do Sul de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, altitude e latitude combinam-se para produzir as menores temperaturas do país, muitas vezes atingindo temperaturas negativas, esse fato torna o clima da região muito semelhante ao clima temperado das latitudes médias.

Clima Semi-Árido: Sua localização é predominante na região do sertão nordestino. Seu destaque maior é a escassez de precipitações, associada a uma péssima distribuição nas áreas e no período (mensalmente). Quando não ocorre chuva no verão (janeiro e fevereiro), ou as chuvas são pouco intensas, o ano passa a ser considerado de seca.

TIPOS DE VEGETAÇÃO NO BRASIL

Floresta Latifoliada Equatorial: Essa Floresta é conhecida como floresta Amazônica, recobre cerca de 45% do território brasileiro, abrangendo outros países como a Colômbia, Venezuela e Bolívia. Vegetação encontrada junto ao Equador. Essa vegetação caracteriza-se por ser perene (sempre verde), higrófila (adapta a umidade), latifoliada (espécies vegetais de folhas largas) e heterogênea (variedade de espécies).

A Floresta Amazônica recebeu o apelido de “inferno verde”, por ser uma vegetação bastante fechada, embora essa característica esteja mudando pela ocupação humana.

A Amazônia possui três grandes níveis de vegetação:

  • Mata de Terra Firme ou caaetê: onde se localiza a vegetação de maior porte, como o cedro peroba e jacarandá.
  • Várzea: área que sofre inundações periódicas, nessa região encontram-se os seringais.
  • Igapó: constantemente inundada, localizada ao longo dos rios. Possui espécies como musgos, orquídeas e vitória-régia.

A Floresta Amazônia é erroneamente chamada de “pulmão do mundo”, esse fato se deve à grande parcela de oxigênio que ela produz durante o dia, contudo a noite a floresta consome praticamente todo o oxigênio produzido. Atualmente essa porcentagem de vegetação vem diminuindo consideravelmente, através dos anos, devido à ocupação humana e à intensificação dos desmatamentos, que tendem a aumentar em virtude da concentração espacial, iniciada pela implementação de grandes fazendas, de projetos de mineração e do povoamento de modo geral.

Floresta latifoliada Tropical: Essa forma de vegetação também é conhecida como Mata Atlântica, vegetação arbustiva, onde existem árvores de grande porte e madeiras de lei, como o cedro, o mogno, a castanheira. É uma forma de vegetação densa e heterogênea.

No passado, essa vegetação abrangia todo o litoral brasileiro, contudo com a ocupação humana e a crescente devastação (fator social e econômico), a região passou a apresentar apenas alguns focos de vegetação, normalmente localizados em parques e reservas nacionais. Atualmente essa forma de vegetação não vem sofrendo forte desmatamento devido ao início de uma conscientização social e à intensificação da fiscalização do governo.

Floresta Aciculifoliada Subtropical: Localizado no Sul do país, na região subtropical. Destaca-se nessa região a concentração de pinheiros (araucárias) e a presença de erva-mate. Essa forma de vegetação também sofreu com o processo de ocupação humana, restando poucas áreas de concentração. Atualmente na região existem projetos de reflorestamento. Recebe a denominação aciculifoliada devido à presença de folhas pontiagudas.

Cerrado: Vegetação típica da região central do Brasil, apresenta características peculiares na vegetação. As árvores possuem troncos retorcidos, casca e folhas grossas. As árvores podem vir concentradas (cerradão); com espaçamento e presença de gramíneas (cerrado); com variabilidade de gramíneas e árvores (campo sujo) e com grande concentração de gramíneas e poucos arbustos (campo limpo). Atualmente é a vegetação que mais sofre com o desmatamento, os fatores principais são a questão agrícola e a ocupação espacial (crescimento urbano).

Caatinga: Vegetação típica das regiões semi-áridas do sertão nordestino. Caatinga significa mata branca. Essa denominação é dada por ser um símbolo da não ocupação humana, a caatinga intocada apresenta arbustos da coloração branca. À medida que ocorre a ocupação (corta-se a vegetação), na mesma área nasce outro arbusto de coloração negra.

A vegetação predominante é a xerófila (adaptadas à aridez), principalmente as cactáceas (vegetação espinhosa), como exemplos temos: o xiquexique, o mandacaru. Nessa região aparecem também pequenas árvores, como o juazeiro e aroeira.

Campos: Os campos apresentam-se em todo o Brasil, temos como destaque os Pampas Gaúchos (RS), os campos de Vacaria (MS), campos do Pantanal Matogrossense (MS/MT), Ilha de Marajó (PA). Essas áreas apresentam forte ocupação agrícola.

Mata de galeria ou Ciliar: Forma de vegetação que acompanha os cursos dos rios, presença de vegetação arbustiva e densa, encontrada em áreas de cerrado, campos e até áreas florestais.

Mata de Cocais: Localizada no Meio-Norte, em uma área de transição entre o clima úmido da Amazônia e o clima semi-árido da caatinga. Abrange vastas áreas do Maranhão e Piauí, possui como um dos principais elementos o babaçu, do qual tudo se aproveita.

Manguezal: Vegetação litorânea, que possui a função de contenção das águas marinhas e desenvolvimento de forte biodiversidade. Vegetação constituída por arbustos em que as raízes estão acima do nível do mar (raízes aéreas). Esse ecossistema é muito frágil e atualmente sofre com o processo de ocupação e crescimento urbano.

HIDROGRAFIA NO BRASIL

Regime

Nival ou Glacial: formado a partir do degelo da neve.

Pluvial: formado a partir da precipitação de chuvas.

Dispersores de Água no Brasil

  • Cordilheira dos Andes.
  • Planalto das Guianas.
  • Planalto Brasileiro.
  • Drenagem.

Exorréicos: são os rios que deságuam no mar, no Brasil existe uma grande quantidade.

Endorréicos: são rios que deságuam em outros rios ou em lagos, muito vistos no Hemisfério Norte, no Brasil apresentam-se em pequeno número.

Foz

Estuário: Quando o rio não encontra obstáculos para despejar suas águas no oceano.

Delta: existem barreiras de sedimentos que impedem a passagem direta da água dos rios em direção ao Mar; no Brasil, destaca-se o Rio Piranhas e o Parnaíba.

Mista: esses rios possuem tanto foz do tipo estuário, quanto delta, no Brasil destaca-se o rio Amazonas, que, devido a suas dimensões, possui as duas formas de foz.

PRINCIPAIS BACIAS BRASILEIRAS

Bacia Amazônica: Bacia com maior potencial hidroelétrico do Brasil. Entretanto, pela baixa concentração populacional, e os problemas ambientais, decorrentes dessa forma de utilização de energia, grande parte de seu potencial não está instalado. Essa bacia se forma com a denominação de maranon, posteriormente entra no território brasileiro com a denominação de Solimões.

Com a junção do Rio Solimões com o Rio Negro, forma o Rio Amazonas. Esse rio localiza-se em áreas de baixos platôs (baixos planaltos), planícies e depressão periférica. Possui hidroelétricas que se tornaram grandes fracassos energéticos, como Balbina. É uma bacia rica em biodiversidade animal e mineral.

Algumas características que a tornam fora de série:

  • É a mais extensa bacia do mundo;
  • Com maior volume de água;
  • Maior distância entre as margens.

A bacia Amazônica abrange vários países, contudo apresenta cerca de 70% das terras no Brasil. Essa região apresenta também um forte potencial para o desenvolvimento de hidrovias, que já são o principal meio de transporte na região.

Bacia do São Francisco: É uma bacia totalmente brasileira, nasce na Serra da Canastra-MG e vai ao encontro do mar entre Sergipe e Alagoas. Possui trechos navegáveis de Pirapora-MG a Juazeiro-BA, contudo alguns locais nesse trecho estão se tornando instransponíveis, devido à degradação ambiental.

Essa bacia também é conhecida pelas denominações de “rio dos currais”, da “identidade nacional” e também “velho Chico”. Ele é chamado de rio dos currais, pela utilização histórica por grandes fazendas, principalmente dos coronéis da região. Chamado de rio da identidade nacional, pelo aspecto de ser totalmente brasileiro, e um rio permanente (nunca seca). Velho Chico é uma denominação carinhosa, pela importância econômica na região.

O São Francisco é uma bacia que está sofrendo muito com o alto grau de utilização de seus recursos; outro fator negativo é o desmatamento das suas encostas, o que proporciona uma grande concentração de sedimentos no rio, gerando o assoreamento. A utilização intensiva já está gerando a “morte” do rio, o que pode ser comprovado pela diminuição da vazão e do número de peixes.

Bacia Platina: Essa bacia é formada por três grandes rios, o Paraguai, o Uruguai e o Paraná. O Rio Paraguai nasce na região Centro-Sul e possui como característica mais importante ser o responsável pelas cheias no Pantanal Mato-Grossense. O Rio Uruguai é um divisor de terras, nasce no extremo sul do país, corta a fronteira do Uruguai com o Brasil, e da Argentina com o Brasil, suas águas abastecem a Bacia do Prata (Argentina). O Rio Paraná é o principal agente de potência hidroelétrica instalado no país, nesse rio estão concentradas algumas das principais hidroelétricas brasileiras, como Itaipú, Jupiá, Ilha Solteira e Furnas.

Essa bacia possui uma grande importância econômica para o país, pois abastece e atravessa o Centro-Sul. Atualmente existem projetos de hidrovias para a região.

Bacia do Tocantins-Araguaia: Essa bacia possui uma grande biodiversidade animal, apresentando os mesmos problemas referidos na Bacia do São Francisco. Apresenta como destaque a (maior da Região Amazônica) implementação da hidroelétrica do Tucuruí, no estado do Pará. Ela ocupa 9,5% do território nacional e por várias décadas ficou incluída na Bacia Amazônica, por atravessar a floresta Amazônica e pela proximidade das duas fozes (Amazônica e Tocantins-Araguaia). Atualmente, com a separação, ela passou a ocupar a posição de maior bacia localizada totalmente em território brasileiro.

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