Divisão regional e geoeconômica do Brasil

29/09/2011 23:03

1-Divisão regional do Brasil

As regiões se diferem por causa de suas particularidades, desprezando sua grandeza ou localização geográfica. São distintas por suas atuações com a produção agropecuária (região da soja, milho, leite, tomate entre outras), centros urbanos (região metropolitana de São Paulo e Rio de Janeiro), influência de um município (região de Goiânia, Uberlândia, Presidente Prudente etc.).

As primeiras divisões regionais propostas para o país, por exemplo, eram baseadas apenas nos aspectos físicos -- ou seja, ligados à natureza, como clima, vegetação e relevo. Mas logo se começou a levar em conta também as características humanas -- isto é, as que resultam da ação do homem, como atividades econômicas e o modo de vida da população, para definir quais estados fariam parte de cada região.

A regionalização, proposta em 1969, foi elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e sua implantação efetiva vigorou a partir de 1° de janeiro de 1970. Apenas algumas alterações foram feitas. Em 1975, o estado da Guanabara foi transformado em município do Rio de Janeiro. Em 1979, Mato Grosso foi dividido, dando origem ao estado do Mato Grosso do Sul. A Constituição Federal de 1988 dividiu o estado de Goiás e criou o estado de Tocantins, que foi incluído na Região Norte. Com o fim dos territórios federais, Rondônia, Roraima e Amapá tornaram-se estados e Fernando de Noronha foi anexado ao estado de Pernambuco.

Foram criadas as seguintes regiões:

Região Centro-Oeste: Constituída por Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Caracteriza-se por ser a região menos populosa do país. Região em plena expansão sendo ocupada, sobretudo, por atividades agrícolas e  pecuária moderna. A presença do Cerrado e Pantanal também ajudam a caracterizar a região.

Região Nordeste: É composto pelos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. Enfrenta graves problemas relacionados ao clima semi-árido de grande parte da região e à situação socioeconômica precária de grande parte da população.

Região Norte: Formada pelos estados do Acre, Tocantins, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará e Amapá. Apresenta baixa densidade demográfica e caracteriza-se principalmente pela presença da Floresta Amazônica.

Região Sudeste:  O sudeste é constituído por quatro estados, são eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Caracteriza-se por ser a região mais populosa e industrializada do país. Apesar de ser a mais desenvolvida em aspectos econômicos, a região Sudeste apresenta uma série de graves problemas sociais, especialmente em sua grandes cidades.

Região Sul:  A menor das regiões brasileiras é formada pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Caracteriza-se pelo clima subtropical e agricultura desenvolvida e diversificada. É a segunda região mais industrializada do país. Outro ponto que a caracteriza, é o grande número de descendentes de europeus que compõem grande parte da população.

 

 

 

2-Divisão do Brasil por critérios econômicos

A divisão oficial do Brasil em cinco regiões foi criada, em 1969, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mas, antes disso, em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger já havia proposto uma outra divisão regional do país, em três regiões geoeconômicas ou complexos regionais.

Ela se baseia no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, ela busca refletir a realidade do país e compreender seus mais profundos contrastes. Essa organização regional favorece a compreensão das relações sociais e políticas do país, pois associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e culturais.

Nessa divisão, ao contrário do que ocorre com a do IBGE, os limites das regiões não coincidem com os estados. Isso significa que um estado, dependendo de suas características, pode ter parte do seu território em uma região e parte em outra. É o caso do Maranhão e de Minas Gerais.

Observe os três complexos no mapa abaixo:

1) Amazônia, 2) Centro-Sul, 3) Nordeste

 

Amazônia: Com uma área de aproximadamente 5 milhões de km²  (58% do país), distribuídos por nove estados, é a mais extensa das regiões geoeconômicas. Seus limites ultrapassam muito os da Região Norte do IBGE, abrangendo a maior parte dos estados de Mato Grosso e do Tocantins e a parte oeste do Maranhão.  O quadro natural é o traço marcante do complexo amazônico. São os seus principais elementos formadores: a extensa planície, o clima equatorial quente e úmido, a exuberante floresta equatorial e a riquíssima rede hidrográfica.

A Amazônia apresenta população absoluta, relativamente pequena, baixíssima densidade demográfica e economia baseada no extrativismo mineral e vegetal (látex, açaí, madeira e castanha) e na agropecuária. Nas últimas décadas, manifesta-se expressivo crescimento industrial no setor da mineração (implantação de grandes projetos) e no da indústria eletroeletrônica (Zona Franca de Manaus). Além de ser o principal reduto dos povos indígenas e palco de graves problemas fundiários (questões de acesso à terra), ecológicos (desmatamentos, queimadas), sociais (invasões de domínios indígenas) e outros, a Amazônia apresenta-se ainda como fronteira da expansão agropecuária.

Em consequência da ocupação populacional, houve intenso desmatamento. As previsões indicam que, se for mantido o ritmo atual, 42% da Amazônia estará desmatada até 2020.

Centro-Sul: Abrange cerca de 2 milhões de km² (24% da área do país) e inclui, além das duas  porções mais industrializadas  (Sudeste e Sul), as áreas de economia mais dinâmica do Centro-Oeste: o sul do Mato Grosso e  os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul.

O Centro-Sul constitui o núcleo econômico do país.  Concentra mais de 60% da população brasileira, a maior parte do parque industrial e da agropecuária, os maiores portos e aeroportos, a grande maioria dos cientistas e as maiores cidades do país, além de possuir a maior densidade rodoferroviária e as maiores e melhores universidades.

Mas o Centro-Sul não se destaca apenas pela eficácia e dinamismo da sua economia. Destaca-se ainda pelos graves problemas sociais, encontrados principalmente nas grandes cidades: criminalidade, mendicância, desemprego, subemprego, falta de moradias, poluição ambiental e outros.

Considerando a região como um todo, podemos afirmar que ela não conheceu amplamente o trabalho escravo. Aí se fixaram os maiores contingentes de imigrantes que vieram para o Brasil após a independência. Nessa parte do Brasil é marcante a presença de povos de etnia branca, ao contrário das demais regiões.

Nordeste: O complexo regional do Nordeste ocupa uma área de 1,5 milhão de km² (18% da área do país) e estende-se desde a metade leste do Maranhão até o norte de Minas Gerais. Concentra cerca de 30% da população do país,  constituindo a região-problema, em virtude da grave  situação  social e econômica, marcada por: pobreza, fome, subnutrição, elevadas taxas de mortalidade  infantil e de analfabetismo,  baixos salários, grande concentração da renda e das terras, secas, o que leva as pessoas a migrarem.

Caracterizado por acentuados contrastes naturais (litoral úmido, interior seco), o complexo regional do Nordeste compreende quatro porções ou sub-regiões: Meio-Norte, formado pelos estados do Maranhão e Piauí, constitui uma área de transição entre a Amazônia e o Nordeste; Sertão é a mais extensa das sub-regiões e corresponde ao domínio do clima semi-árido, da vegetação de caatinga, área afetada por secas periódicas e que constitui o chamado Polígono das Secas;  Agreste, área de transição entre o litoral (Zona da Mata) e o Sertão, é uma faixa de terras que se estende desde o Rio Grande do Norte até a Bahia, à parte do Agreste que está em contato com a Zona da Mata apresenta solos férteis e boas condições de umidade, já a que se aproxima do Sertão possui  solos de baixa fertilidade e pouca umidade; e a  Zona da Mata, primeira área do Brasil ocupada pelo colonizador europeu, sempre foi, e continua sendo, a mais importante sub-região do espaço geoeconômico  nordestino, reúne a maior parte da população, os principais centros urbanos e industriais  e também grande parte dos problemas que afetam o Nordeste.

 

—————

Voltar