Migração no Brasil

16/09/2011 18:44

 

TIPOS DE MIGRAÇÃO

Entende-se por migração, qualquer mobilidade espacial feita por sociedades humanas. A migração é um movimento que de um lado se configura em emigração, quando o movimento é de saída de um determinado país; eimigraçãoquando o movimento é de entrada em um determinado país.

ALGUNS TIPOS DE MIGRAÇÕES INTERNAS

Dentre as migrações internas temos os seguintes movimentos:

a) Êxodo rural: tipo de migração que se dá com a transferência de populações rurais para o espaço urbano. Esse tipo de migração em geral tende a ser definitivo. As principais causas dele são: a industrialização, a expansão do setor terciário e a mecanização da agricultura. O êxodo rural está diretamente ligado ao processo de Urbanização.

b) Êxodo urbano: tipo de migração que se dá com a transferência de populações urbanas para o espaço rural. Hoje em dia é um tipo de migração muito incomum.

c) Migração urbano-urbano: tipo de migração, que se dá com a transferência de populações de uma cidade para outra. Tipo de migração muito comum nos dias atuais.

d) Migração sazonal: tipo de migração que se caracteriza por estar ligada as estações do ano. É uma migração temporária onde o migrante sai de um determinado local em um determinado período do ano, e posteriormente volta, em outro período do ano, é a chamadatransumânciaÉ o que acontece por exemplo com os sertanejos do Nordeste brasileiro.

e) Migração diária ou pendular: tipo de migração característico de grandes cidades, no qual milhões de trabalhadores saem todas as manhãs de sua casa em direção do seu trabalho, e retornam no final do dia.

Migração no Brasil ao longo da história

Século XVI

No século XVI, o Brasil passou a ser colonizado por Portugal e aqui passaram a se estabelecer um número significativo de colonos portugueses e de escravos africanos. Nesse século desembarcaram no Brasil em torno de 50 mil portugueses e 50 mil africanos

Século XVII

O desenvolvimento da cultura de cana-de-açúcar fez crescer rapidamente o número de escravos africanos desembarcados na colônia, enquanto a imigração portuguesa continuou reduzida. Portugal não tinha população suficiente para mandar grandes números de colonos para o Brasil. Nesse século desembarcaram 550 mil africanos e 50 mil portugueses.

Século XVIII

O desenvolvimento da mineração trouxe para o Brasil centenas de milhares de africanos, que foram escravizados nas minas de ouro. Um fato novo foi, pela primeira vez na História da colônia, a vinda de um enorme contingente de colonos portugueses. Nesse século desembarcaram 1 milhão e 600 mil africanos e 600 mil portugueses no Brasil. O Brasil passou a possuir a maior população africana fora da África.

Século XIX

Nesse século ainda desembarcaram no Brasil cerca de um milhão e 300 mil africanos. Porém com a Independência do Brasil, a expansão das colheitas de café e o gradual fim da escravidão trouxeram milhares de imigrantes europeus para o Brasil nesse século. A começar por um primeiro movimento de

suíços, vieram grandes números de alemães, italianos, espanhóis e portugueses. Em números menores, pessoas de todos os cantos da Europa. Desembarcaram 84 mil alemães, 225 mil espanhóis, 360 mil portugueses e 1 milhão de italianos no Brasil.

Século XX

As fazendas de café ainda estavam necessitadas de mão-de-obra, e a imigração continuou alta durante grande parte do século, diminuindo após a década de 1930. Desembarcaram 133 mil alemães, 174 mil japoneses, 457 mil italianos, 465 mil espanhóis, e 1 milhão de portugueses.  

O povoamento pré-colonial

Quando os primeiros portugueses aportaram no Brasil, em 22 de abril de 1500, encontraram no território grupos humanos que já viviam ali há pelos menos 10 mil anos. Há diversas teses sobre a origem dos povos indígenas, mas a mais aceita que vieram da Ásia, atravessando o estreito de Bering, que ligava a Sibéria e com a América do Norte. Em 1500, sua população é estimado entre 2 e 5 milhões de indivíduos.

Migrações internas no Brasil

Cerca de um terço dos brasileiros não vive onde nasceu. As migrações internas respondem por boa parte desse terço, e se classificam basicamente em duas categorias: deslocamento do campo para a cidade (êxodo rural) - causadas pela falta de oportunidades de trabalho e serviços no campo e pela concentração fundiária - e migrações regionais, das quais os exemplos mais importantes foram:

  • o ciclo da mineração, em Minas Gerais, nos meados do século XVIII, que provocou um deslocamento da população litorânea para o interior do país;
  • o fluxo de escravos do Nordeste para as plantações de café de São Paulo e do Rio de Janeiro, em fins do século XIX;
  • o ciclo da borracha, na Amazônia, em fins do século XIX para o início do século XX, que atraiu muitas pessoas, especialmente do Nordeste;
  • a construção de Brasília, que deslocou mão-de-obra principalmente do Norte e Nordeste;
  • o desenvolvimento industrial, dos anos 50 em diante , na região Sudeste (principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), que deslocou principalmente nordestinos.

Recentemente as migrações regionais mais importantes ainda são a de nordestinos para as regiões Sudeste e Sul, em busca de trabalho nos setores industrial, comercial e de serviços; ocorre, também, no Centro-Oeste e Norte, um fluxo de famílias ligadas ao meio rural, vindas principalmente da região Sul, graças à expansão da fronteira agrícola.

As migrações internas no Brasil acontecem principalmente por motivos econômicos e desastres ecológicos. Um exemplo de migração foi aquela devido às secas que assolaram o Nordeste brasileiro na década de 1960, que fizeram com que milhares de pessoas abandonassem suas casas no sertão brasileiro por falta de alternativa agrícola e políticas sociais na região.

Outro exemplo histórico foi a migração de nordestinos para a região Norte do Brasil no fim do século XIX. Isto se deu por dois motivos: o início do Ciclo da Borracha e a grande seca que assolou a região Nordeste. Destaca-se também a movimentação de imigrantes nordestinos e sulistas em busca de uma vida melhor na Região Sudeste do País, único pólo industrial brasileiro na década de 1970.

Em outros casos, a onda migratória de sulistas em direção às grandes áreas verdes com potencial agrícola no Norte e Centro-Oeste do Brasil marcou os anos 80.

Cenário atual

No presente, o Nordeste vêm revertendo o quadro migratório, sendo a modernização das suas grandes metrópoles e o incentivo fiscal que o Governo de alguns Estados oferece os responsáveis pela atração de indústrias à região, fazendo com que o número de emigrantes e imigrantes mantenha um patamar relativamente similar impulsionados principalmente pela busca da tranquilidade de algumas Capitais turísticas. Agora é do Sul para o Norte que está rumando uma nova tendência migratória, apontando aonde mora o desenvolvimento e o progresso.

Atualmente, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, é significativa a saída de população das metrópoles em direção às cidades médias do interior. A causa desse movimento é que as metrópoles estão completamente inchadas, com precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, altos índices de desemprego e criminalidade.

Já as cidades do interior desses estados, além de estar passando por um período de crescimento econômico, oferecem melhor qualidade de vida à população.

Migração na Amazônia

A década de 90 veio consagrar a intensidade do processo de urbanização na Amazônia. Isto pode ser comprovado não só pelo aumento da população urbana como também pelo aumento de novas municipalidades. A importância da migração se explica pelo fato de que todo processo histórico recente de ocupação da fronteira contou com o apoio logístico dos centros urbanos locais, independentes de sua posição na hierarquia urbana. O modelo esboçado de incorporação da fronteira econômica conduziu para os núcleos urbanos uma sucessão de fluxos migratórios, de onde a população migrante se redistribuía em função das atividades econômicas que se organizavam em torno destes pontos. Ou, simplesmente à eles se fixavam paulatinamente à expansão do mercado de trabalho urbano. A velocidade da mobilidade revela a incapacidade do modelo de absorver força de trabalho e, por outro lado, a existência de supostas terras livres à espera de ocupação.

 
 

 

 

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