O governo de Ernesto Geisel criou o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, em 1975, com o objetivo de substituir combustíveis derivados do petróleo, como a gasolina, por uma fonte alternativa e renovável. Esse projeto cresceu com a Crise do Petróleo, onde a gasolina tornava-se cada vez mais cara.
Em 1979, ocorre um novo choque do petróleo, e no início dos anos 1980 o álcool mostra sinais de tornou-se uma idéia de sucesso como combustível alternativo. A partir de 1978, o Brasil passa a exportar álcool, sobretudo para os Estados Unidos e o Japão. Uma nova fase do Proálcool nasce com o segundo choque do petróleo, em 1979. Os conflitos no Oriente Médio provocam uma nova crise e o preço do barril chega ao incrível patamar de sessenta dólares. Em 1985 o petróleo passou por um momento de queda abrupta no mercado internacional. Um quarto dos carros vendidos no país em 1981 era movido a álcool.
Crise do álcool - Em 1994, quando entra em vigor a lei de proteção ambiental que obriga a mistura de 22 % de álcool à gasolina, o déficit chega a um bilhão de litros. Em fins de 1995, o governo federal revê o Proálcool e decide voltar a incrementá-lo. Esbarra, porém, em dois obstáculos. As montadoras, diante da crise de abastecimento, reduzem drasticamente a fabricação do carro a álcool. Os usineiros, por sua vez, com uma dívida de cinco bilhões de dólares, preferem produzir açúcar, cuja cotação internacional está em alta, em vez de vender álcool a preço baixo para a Petrobrás.
O Estado que mais se destaca no Proálcool, com grandes canaviais e com várias usinas de açúcar, é São Paulo, que além de ser um dos maiores produtores é também o maior consumidor, devido a grande frota de automóveis que existe em circulação.
Problemas do programa - Tais críticas baseiam-se no fato de que as áreas de cultivo de cana-de-açúcar aumentaram muito, enquanto as de cultivo de alimentos se mantiveram inalteradas. Além disso, como só têm trabalho durante metade do ano; na outra metade, permanecem ociosos, agravando os problemas sociais no campo. Desemprego dos pequenos produtores que arrendam ou vendem suas terras e questão das relações de trabalho. Outro resultado é a homogeneização da paisagem, redesenhada pelos desflorestamentos de campos e de pequenos bosques, remodelamento de estradas e de cercas (estão sendo todas retiradas), e demolição de construções, para dar lugar aos extensos plantios de cana, manejados para obter economias de escala. A questão ambiental passa pelo enfrentamento dos problemas das queimadas, da recuperação das matas ciliares, da proteção dos mananciais, e do regramento do uso e manejo correto da vinhaça, dos agrotóxicos e de seus impactos. Em relação às queimadas sabe-se que há prejuízos sobre os microorganismos do solo submetidos ao calor extremo, causa morte de animais, causa enorme desperdício de energia contida na palha da cana, proporciona perdas de açúcar pela exudação dos colmos queimados, aumenta a poluição atmosférica justamente no inverno, com impactos na saúde humana, aumenta o consumo de água nas áreas urbanas para efetuar-se a limpeza do resíduo da queima, o chamado carvãozinho, que se deposita nas casas, quintais e áreas de serviço, e, por fim, aumenta a poluição atmosférica pela emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.
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